O Superman completa 75 anos em 2013.
Batman, Mulher Maravilha, Capitão América, Lanterna Verde e o Flash têm todos mais de 70.
Hulk e o Homem-Aranha são cinquentões, nascidos em 1962. Dois anos antes do Demolidor. Entre os 10 super-heróis de histórias em quadrinho mais populares o mais jovem é o Wolverine, que já tem quase 40 anos.
Porque nenhum super-herói nascido nos últimos 40 anos alcançou popularidade relevante?
Uma hipótese é de que andam faltando vilões a serem combatidos. Toda aquela “safra” de Super-heróis que andam perto dos 70 nasceu na sombra da 2ª Guerra Mundial, o mundo precisava de heróis, a absurda violência daquele momento histórico, as apreensões quanto ao risco atômico e a falta de bons exemplos no “mundo real”, foram um ambiente propício para o nascimento de toda a turma dos Vingadores e companhia.
Mas, o mundo hoje não é mais, ou tão violento quanto aquele passado próximo?
Para psicólogo canadense Steven Pinker a resposta é um grande “Não”. Pinker é autor do brilhante “Como a mente funciona” e lançou recentemente “Os Anjos Bons da Nossa Natureza”, neste último ele mostra que diferentemente das nossas impressões o mundo de hoje é um dos menos violentos de toda a história.
“Não só há menos guerras nas últimas décadas, afirma Pinker, como os casos de roubos e assassinatos são cada vez menos frequentes: caíram de mais de 500 a cada 100 mil mortes, nas sociedades primitivas, para entre 50 a 100 na Idade Média europeia, e para apenas uma morte violenta a cada 100 Mil na Europa atual.”[1].
Com base nessa conclusão Pinker foi mergulhar nos “porquês” do declínio da violência, e a principal conclusão que chegou foi de que as redes de comércioque começaram a surgir após a Idade Média foram as grandes propulsoras deste efeito pacificador.
É evidente que essa conclusão não é nova. Adam Smith, considerado o pai da Economia Clássica, estudava “as forças que faziam os homens serem benevolentes entre si.”, Kant lá em 1795 já mantinha esse entendimento: “O espírito do comércio cedo ou tarde apodera-se de todo o povo e não pode existir lado a lado com a guerra. Assim, os estados sentem-se compelidos a promover a nobre causa da paz, ainda que não exatamente por motivos de moralidade.”
Um link com Pinker em 2010 completa o entendimento lá de 1800; “Se você está trocando favores ou excedentes com alguém, de repente seu parceiro de troca torna-se mais valioso vivo do que morto”.
Por essas e outras, quanto maior for a interação comercial entre os países (pode chamar essa interação de Globalização) mais distante fica a possibilidade de uma guerra envolvendo partes que agora são parceiras comerciais.
É bem provável que a solução para a imensa maioria dos conflitos que ainda existem no Oriente Médio e África, seja uma boa dose de liberdade econômica e empreendedorismo, ou chamando pelo nome técnico: capitalismo.
Essa ideia de que o capitalismo foi o grande responsável por tornar os humanos ‘mais humanos’ não é nova, mas recentemente ganhou alguns defensores de peso. Um deles é a economista DeirdreMcCloskey, professora na Universidade de Chicago. Ela sabe que ao promover necessariamente a empatia, afinal entender como as outras pessoas pensam ou o que elas precisam é o grande “clique” para o sucesso dos negócios, o capitalismo nos forçou a sermos mais humanos e termos comportamentos que respeitem o meio social que fazemos parte. Ou nas suas palavras “O capitalismo não corrompeu nossa alma. Ele a melhorou”.