Nesta terça-feira, 15, o relatório de gestão de saúde do 2º quadriênio de 2013 foi debatido em Audiência Pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal. O relatório foi apresentado pelo secretário da Saúde de Porto Alegre, Carlos Casarteli. Casarteli afirmou que há, falta de médicos para cerca de 30 equipes de Saúde da Família, mas justificou que esse fato não está dissociado do que ocorre na maioria das capitais brasileiras e que o percentual negativo de profissionais é o menor dos últimos 20 anos.
O secretário destacou alguns pontos sobre o avanço da sua gestão frente à pasta, como o crescimento no fornecimento de preservativos masculinos e femininos, que cresceram 16,5% e 38,3% respectivamente, o aumento no número de exames rápidos sobre o HIV (11.570 exames realizados), de Sífilis (11.650 exames realizados), na ampliação do exame neonatal – que ajuda os médicos a identificar eventuais doenças sem sintomas – e de mamografia, para o tratamento do câncer de mama. Quanto ao investimento, Casarteli apresentou dados sobre os investimentos municipais, estaduais e federais, no qual o Município investiu cerca de 47, 9%, frente os 4,4% do Estado e 48,3% do Governo Federal.
A vice-presidente da Cosmam, vereadora Jussara Cony, falou sobre a fragilidade do sistema na atenção primária à saúde, em que o Sistema Único de Saúde (SUS), que faz o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade para o processo contínuo de saúde. “Levar atenção à saúde o mais próximo possível dos locais onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde”, justifica.
Jussara defende maior diálogo com Estado e União
A vice-presidente da Cosmam, vereadora Jussara Cony, ressaltou a importância do Seminário “Saúde: um bem que se quer”, que irá ocorrer na próxima terça-feira, 22, na Câmara, tratando da atenção primária, com objetivo de inverter a lógica da doença, para a promoção da saúde, visando o cumprimento da portaria 2.488, de 21 de outubro de 2011, na expansão e implementação de uma rede de atenção primária em Porto Alegre. “40% dos porto-alegrenses têm direito à primeira consulta, mas depois que passam pelo diagnóstico são encaminhados para o SUS. Como gestores públicos temos que ampliar o diálogo com o Estado e a União”, sustentou.
A vereadora destacou também a importância da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume), na ampliação do elenco de medicamentos acessíveis aos usuários do SUS, como também legalizar e tratar com maior agilidade na aquisição e distribuição de medicamentos por meio da compra planejada e sobre a orientação para sociedade do papel dos prontos de atendimentos, postos de saúde e hospitais. Por fim, ela sugeriu uma política integrada de ação para as mulheres no Seminário da Saúde, com objetivo de realizar uma campanha sobre o uso de preservativos.
Diretor do Simers questiona secretário
O diretor do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), Jorge Luiz Eltz, que trabalha no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre afirmou que não percebe a melhora defendida pelo secretário Casartelli, no atendimento do HPS. Conforme Eltz, “a falta de atenção primária de saúde em Porto Alegre está deficiente. A prefeitura tem que ver como atrair os médicos para trabalharem no município. Temos três universidades com cursos de medicina em Porto Alegre. Temos 8,5 médicos por habitante. Não faltam médicos. Faltam políticas que atendam essas demandas”, argumentou.