Final Feliz
Se hoje em dia, olhar as fotos do gato Mandela me enche de alegria, o momento do seu resgate foi uma cena que quebrou meu coração em pedaços. Eu o encontrei no bairro Partenon, estava com o rosto desfigurado e tomado por abscessos. Àquela hora já não importava o motivo de ele estar assim, se tinha sido vítima de maus-tratos ou se aquela situação havia sido criada por uma briga de rua, ele precisava de atendimento urgente. Sua captura foi fácil, ele estava tão debilitado que não tinha forças para tentar fugir. Levei-o para uma clínica onde me disseram que seu estado era grave, que corria risco de morte e que precisaria ficar internado por tempo indeterminado.
Dia após dia, fui testemunha de sua vontade de viver. Ele foi um guerreiro! Não se importava quando, apesar da dor, limpavam seus ferimentos ou quando o medicavam. Com dificuldade para mexer a boca, ele não desistia de tentar se alimentar. Ele acreditava na sua reabilitação tanto quanto nós.
Passados mais de trinta dias, ele recebeu alta. Posso afirmar que foi um dos dias mais felizes da minha vida. O caso do Mandela comoveu muita gente e choveram adotantes. Mas ele precisava muito mais do que uma casa onde lhe dessem de comer e beber, ele merecia um lar que lhe devolvessem a dignidade e o tratassem com amor. Fui muito cautelosa na hora de escolher sua nova família e pensando assim, seu destino foi consolidado quando o entreguei para a amiga Andrelise Canilha.
Mandela hoje tem uma família de verdade. Seus irmãos felinos o acolheram bem e sua mamãe, gateira assumida, faz de tudo para que ele se esqueça da época que as ruas eram sua única companhia.
Me adota?
Tirar férias é algo que já desisti há muito tempo. Ao invés de renovar as energias, eu voltava para casa triste por presenciar o descaso e a indiferença da sociedade com nossos amiguinhos peludos. Viajar, agora, só para fazer resgates. Foi assim, quando trouxemos quatro cães de Triunfo- RS.
Recebi um pedido de ajuda, relatando que cachorros estavam sendo mal-tratados próximo a região do Pólo Petroquímico e sofriam ameaças de envenenamento. Nossa ida até o local constatou mais do que a veracidade da história contada por quem nos pediu ajuda, pudemos ver, com nossos próprios olhos, grupos de cachorros lutando pela sobrevivência. Estavam com sede, famintos e o risco de atropelamento era eminente. Conseguimos resgatar quatro, os outros não nos permitiram nenhuma aproximação, reação normal quando tudo que conhecem do ser humano é a maldade.
Trazidos para Porto Alegre, foram tratados e encaminhados para adoção. Dois deles, que eram porte P, tiveram a sorte grande de logo terem sido acolhidos por famílias que os dão todo amor que desconheciam existir. Os outros dois, a Branca e o Totó Carente, são porte M e ainda estão à espera de um final feliz. Ainda esperam por um lar que possam chamar de seu.
Quem sabe você, leitor, seja a pessoa que vai mudar a vida desses seres que tanto merecem encontrar a felicidade?
Papo Sério
O trabalho de uma protetora vai muito além de tirar um animal abandonado da rua. Para salvar uma vida, nos deparamos com diversos obstáculos e um dos mais difíceis é a hora de achar um local para deixar o bichinho até sua adoção.
As chamadas “casas de passagem” são voluntários que se responsabilizam pelo abrigo provisório do animal resgatado, recebendo-o em sua casa e cuidando dele como se fosse seu.
A existência das casas de passagem nos dá a tranqüilidade de que encerraremos um ciclo, que depois de resgatar, castrar, desverminar e medicar um animal, não teremos que o devolver às ruas, pois acreditem, depois de todo cuidado e dedicação a um animal, muitas vezes nos falta o espaço para acolhê-lo e nossa única alternativa é entregá-lo, de novo, a uma vida de abandono e sofrimento.
Precisamos da solidariedade daqueles que se importam com a dignidade dos animais. Abra sua casa para um bichinho de rua. Se você não tem condições de adotá-lo, o receba como casa de passagem. O bem que você estará fazendo será retribuído com a gratidão e o amor que só quem conheceu a dor da indiferença sabe dar.
Me ajuda?
O senhor Paulo Fagundes é uma daquelas pessoas que acredita que nossas pequenas ações, quando juntas, são capazes de transformar o mundo. Sargento aposentado do exército, ele possui um sítio onde abriga 70 cães retirados das ruas. O espaço é muito bem cuidado e os cachorros recebem tratamento adequado: voluntários se disponibilizam para dar banho, providenciamos castrações, medicamentos, cobertores e ração. São consumidos 200 Kg de ração por semana. É um trabalho árduo matar a fome de toda essa galerinha, nem sempre conseguimos a quantidade necessária. Cada quilo que conseguimos arrecadar é uma vitória. Faça parte do grupo de pessoas que acredita na força do bem e no poder da coletividade, nos ajude nessa luta, DOE RAÇÃO!
Nossos amiguinhos de quatro patas agradecem!
Temos voluntários que buscam a ração no local.
(51) 91144488 Lenita Antoniolli.
Oferecer Lar Temporário é uma ação renovadora Lenita Antoniolli. Prá gente faz um bem muito grande, muito mais do que prá os animais. É difícil? Sim é. É preciso ter boa vontade, coragem e sobretudo disponibilizar-se. Um animal abandonado é quase uma criança pequena. Mas o mais difícil é não nos apegarmos a eles. Sempre um carinho tão grande pela presença deles invade nossos lares. Mas creio que há tantas pessoas dispostas a esta linda experiência;receber, cuidar e muitas vezes adotar. Parabéns amiga mais uma vez.
Bem isso Lenita Antoniolli. ..estamos uns diazinhos na praia e tudo que vemos é tristeza pra todo lado…Obrigado por tua garra…Obrigado por tanto carinho com nossos animais….