A posse como membro da nova diretoria no Centro Comunitário de Desenvolvimento dos bairros Tristeza, Pedra Redonda, Vilas Assunção e Conceição (CCD) reafirmou a missão que me impus de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para tornar o local do antigo Artesanato Guarisse num centro cultural. Não é para menos: o lugar tem vocação para esse papel. Além de ter sido construído para ser um polo difusor de coisas belas, existe todo um percurso, iniciado há anos pela comunidade e capitaneado por Angela Pellin, na busca desse sonho.
Como eu sou uma apaixonada por arte, não está sendo difícil atrair pessoas que também acham que a Zona Sul merece esse espaço. Já recebi várias sugestões sobre eventos que podem acontecer nos prédios da Rua Ladell de Moura, 430. A cada sugestão, imagino como seria, as pessoas chegando para o evento, alguns conhecendo, outros retornando, a vida tomando conta do lugar.
Dois contatos me tocaram mais profundamente. O primeiro foi da Marcia Morales. Essa moradora de Ipanema é uma estudiosa da arte popular e vem palestrando e participando de encontros sobre o assunto por várias partes do mundo. A proposta que ela trouxe foi uma exposição itinerante do Museu Casa do Pontal (RJ), com obras de arte popular brasileira. Conversando com ela, descobri que um estrangeiro, o designer francês Jacques Van de Beuque, reuniu, ao longo de sua vida, peças produzidas por artistas populares de todo o país. Assim, o acervo do museu é o resultado de quarenta anos de pesquisas e viagens desse apaixonado pelo Brasil e é composto por cerca de 8.000 peças de 200 artistas brasileiros, produzidas a partir do século XX. Acho que o nosso Centro Cultural Zona Sul não poderia ser um lugar mais apropriado para essa exposição, pois a arte popular estaria abrigada na casa que a comunidade escolheu para esse fim.
O segundo contato foi da Associação de Escultores do RS, através de seu vice-presidente Bira Fernandes. Ainda não temos nada concreto, mas as ideias são muitas. Exposição, oficinas, palestras. Ainda está em aberto, mas a vontade de ocupar o espaço é enorme. Vamos conversar oficialmente amanhã, na presença do artista plástico Vinícius Vieira, atual presidente da associação e pessoa muito atuante em relação às lutas travadas por uma cidade com mais qualidade de vida. Também é uma proposta que se harmoniza com o que eu imagino ser a função de um centro cultural desejado por uma comunidade.
Mas, para que tudo isso se concretize, vamos precisar trabalhar muito. O local está em péssimo estado de conservação. Fico com receio de não poder acolher uma exposição, com a segurança necessária, tanto para as peças, quanto para os visitantes. E esse é o desafio atual. Contudo, tenho certeza que terei muitos aliados nesses projetos e conto com toda e qualquer ajuda para torná-los realidade. Para saber mais ou sugestões, entrem em contato pelo email ccd@ig.com.br ou jacquecustoio@gmail.com.