A foto com o ‘Japa’ aí acima não é uma imagem que surgiu no Google em uma busca por ‘japoneses e robótica’. Na realidade nem japonês ele é. Esse simpático jovem de quase 30 anos se chama Shin Dong-hyuk, e é norte-coreano. Caso você faça alguma confusão (ou pouco se importe com a diferença entre Coréia do Sul e Coréia do Norte), vale lembrar que a Coréia do Norte é a comunista, liderada por aquele líder maluco, que ‘volta e meia’ está no noticiário ameaçando algum ataque nuclear. A do sul é a capitalista, ou como os Norte coreanos aprendem na escola: “A puta dos Estados Unidos”.
Aparentemente o jovem da foto não tem nada de diferente. Porém, se você prestar atenção verá que falta uma parte do dedo médio da mão direita, amputado na altura da última articulação. Foi cortado como punição por Shin ter derrubado uma máquina de costura na fábrica de tecidos onde era escravo.
Os pais de Shin, considerados traidores do regime ao tentar deixar o país, foram condenados a trabalho escravo pelo resto de suas vidas, por isso Shin nasceu em um campo de trabalhos forçados, o campo 14, em 1982 na Coréia comunista.
O dedo é a menos assustadora das cicatrizes de Shin. As costas e as nádegas têm cicatrizes de queimaduras e a pele sobre o púbis guarda o local onde um gancho foi enfiado para que ele ficasse pendurado sobre a fogueira que queimou suas costas e bunda. Os tornozelos trazem as marcas das correntes pelas quais ele ficava pendurado de cabeça para baixo em uma solitária, nos 8 meses em que ficou preso. Uma tentativa dos guardas do campo de tirarem dele alguma informação sobre a tentativa de fuga da mãe e irmão.
Tentativa que só não foi bem sucedida porque ele não tinha informações, do contrário teria contado imediatamente, pois no campo não aprendeu a ter nenhum laço afetivo. Não conhecia as palavras ‘amor’, ‘família’, ‘misericórdia’, e ‘Deus’ até cruzar a fronteira.
Shin mede 1,67 metros e pesa 54,5 kg, resultado de subnutrição, a única refeição que comeu por 23 anos foi mingau de milho com sopa de repolho. (Desertores adolescentes da Coréia do Norte, ao chegar à Coréia do Sul, contam aos psicólogos disponibilizados pelo governo um sonho recorrente: estão sentados a uma mesa com a família, comendo arroz quentinho.)[1]
Desertores, cidadãos livres que conseguem fugir, são comuns na Coréia do Norte. Fugitivos dos campos de trabalhos forçados não.
Shin é até hoje o único sobrevivente vivo de uma tentativa de fuga dos 6 campos existentes na Coréia do Norte. Sua mãe e irmão foram recapturados e mortos. Ela foi enforcada e o irmão levou três tiros na cabeça, ambas execuções na frente de Shin e seu pai. Shin fugiu anos depois.
Isso não faz parte do passado. Enquanto você está lendo, milhares de norte-coreanos são mantidos escravos. Eu me enojo com poucas coisas. Esta é uma delas. A Coréia é um exemplo do quanto doutrinas totalitárias e igualitaristas são abjetas. Cuba tem uma ditadura parecida, que vem, ano após ano, arrefecendo sua crueldade. São outros níveis, mas a maldade é a mesma.
Considerar as pessoas como coisas e tomar para o Estado o destino de suas vidas é uma das piores misérias da humanidade.
Independentemente do meu asco a estas doutrinas, hoje eu (você também), passei a ajudar o regime cubano. O programa do governo brasileiro que pretende importar 4.000 médicos cubanos não pagará as bolsas diretamente aos médicos. Os R$ 10.000,00 mensais serão repassados ao governo da Ilha, que repassará aos médicos aproximadamente 20% desse valor.
Quando atingirmos os 4.000 médicos, estaremos pagando mensalmente R$ 32 Milhões de Reais direto para o cofre dos irmãos Castro e a casta de funças cubanos. Em um ano teremos remetido R$ 384 milhões que ajudarão a manter a ditadura cubana. Para mim é repugnante.
Os médicos que virão, são impedidos de trazer suas famílias. Tampouco lhes é incentivado (ou permitido) criar laços no Brasil, após os 4 anos previstos deverão voltar a Cuba e não há previsão de liberação de vistos. Voltarão obrigatoriamente para ilha.
Eles não são escravos aqui no Brasil, tampouco vieram para cá obrigados. Recebiam em Cuba US$ 22,00 mensais mais uma cota de ração.
Passar a receber próximo a US$ 1.000,00, mais moradia e alimentação custeada pelos municípios, em um país onde se tem o que comer, não falta café, papel higiênico e terão um pouco de liberdade, é o paraíso para esses médicos. O inferno agora nós ajudamos a sustentar.
Mais sobre o Shin no Livro “Fuga do Campo 14”, do jornalista Blaine Harden. Um relato que você deveria ler.