Com os 175 casos de dengue, Porto Alegre já tem, em três meses, oito vezes mais infectados do que em todo ano de 2012. Os números alarmantes levaram à Secretaria de Saúde a fazer uma ação específica no bairro Partenon, onde moram quase metade dos infectados. Dos confirmados, 117 são autóctones (doença contraída na cidade) e 58 são de pessoas que adquiriram a doença em viagem a outros estados. Entre o total de pacientes com a doença contraída na Capital, 57 residem no bairro Partenon, dez no Santo Antônio, nove no Santana, nove no Bom Jesus, oito no São José, cinco no Jardim Botânico, quatro no Navegantes, dois no Santa Maria Goretti, dois no Chácara das Pedras, dois no Cristal, dois no Humaitá, dois no Petrópolis, um no Coronel Aparício Borges, um no Santa Cecília, um no Cidade Baixa, um no Vila Jardim e um no Ipanema.
Prefeitura já emitiu alerta epidemiológico
Desde a primeira semana de fevereiro, quando houve a primeira confirmação de dengue na Capital, a Prefeitura emitiu alerta epidemiológico e está recomendando aos profissionais de saúde o máximo de atenção a pacientes que apresentarem febre com duração de até sete dias acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, e manchas na pele. Todo o caso suspeito deve ser informado pelos serviços de saúde.
Sintomas
A dengue é uma doença febril aguda, de causa viral, que pode ter evolução benigna ou grave, quando se manifesta na forma hemorrágica. É transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Menor que um pernilongo comum, de cor preta e com pequenas manchas brancas no corpo e nas patas, o inseto costuma picar no início da manhã e no final da tarde. Como não existe vacina contra a doença, a melhor forma de se proteger é a prevenção, evitando, por exemplo, o acúmulo de água parada, onde se desenvolvem as larvas do mosquito transmissor e utilizando repelente no corpo.
“É uma doença que te derruba mesmo”
Nídia Ledur Muller de Castro teve Dengue há poucos dias. No primeiro dia, disse que sentiu muita dor no corpo, principalmente nas pernas. Ela teve febre também e um mal estar generalizado com náuseas e vômitos. No terceiro dia teve manchas avermelhadas no corpo todo. “A recuperação é lenta. É uma doença que te derruba mesmo, nunca havia ficado tão mal”, lembra Nidia. “Eu e meu marido pegamos dengue juntos e desenvolvemos os sintomas no mesmo dia. Como pegamos juntos e ficamos mal no mesmo dia, não havia ninguém para nos ajudar”. A saída foi ficar no hospital três dias tomando soro.