Nos últimos dias, em alguns pontos da Zona Sul, moradores têm reclamado que a água das torneiras tem chegado às residências com cheiro e gosto forte.
Em contato com o DMAE (Departamento Municipal de água e Esgoto) a autarquia explicou, através de nota, que a mudança no cheiro e gosto da água se deve à floração de algas no Lago Guaíba que acontece principalmente durante o verão. O Departamento salienta, contudo, que a água, mesmo que tenha gosto e cheiro diferentes, não tem alteração quanto a sua qualidade e é potável.
Ainda de acordo com o texto, estão sendo feitas ações para melhorar a qualidade da água como o combate ao Mexilhão Dourado, para redução do gosto e odor na água distribuída; a qualificação nas etapas de tratamento, através da realização de reformas e melhorias nas estações de tratamento e a substituição dos pontos de captação, para obtenção de água captada em quantidade e qualidade adequada nos Sistemas Belém Novo e Tristeza.
Confira a nota na íntegra:
“Quanto ao gosto e cheiro na água, esclarecemos que durante os meses de verão o Lago Guaíba pode apresentar eventos de floração de algas, o que faz com que a água bruta captada do Lago apresente substâncias que dão cheiro e gosto característicos de terra. Esses fenômenos podem ocorrer também em outros períodos do ano, conforme as condições do clima. Como o Lago Guaíba não tem o mesmo comportamento em toda sua extensão, as florações e suas consequências podem se restringir a uma ou outra zona da cidade. O Dmae adota em suas Estações de Tratamento de Água (ETAs) diversos procedimentos técnicos, como adição de carvão ativado e aplicação de oxidantes, com o objetivo de atenuar o gosto e o odor de terra da água tratada. Porém essas substâncias são percebidas pelo olfato humano em baixíssimas concentrações (nanogramas por litro), o que não permite a eliminação total dos efeitos da floração das algas. O Dmae acompanha esse fenômeno e realiza todos os monitoramentos exigidos pela portaria 2914/11 do Ministério da Saúde para garantir a qualidade da água distribuída. O Dmae também envia mensalmente os resultados das análises aos órgãos de saúde e vigilância sanitária. As algas estão permanentemente presentes no Lago Guaíba. Fatores que contribuem para a floração: baixa precipitação, altas temperaturas, presença de nutrientes (nitrogênio e fósforo) na água, oriundos do lançamento de esgoto, baixa turbulência e turbidez (poucas partículas em suspensão) e maior incidência de luz solar.
Abaixo algumas iniciativas tomadas pelo Dmae para minimizar estes efeitos no abastecimento de água:
– combate ao Mexilhão: implantação de unidades de pré-tratamento envolvendo tecnologias para o combate ao Mexilhão Dourado e redução do gosto e odor na água distribuída.
– reformas e melhorias nas Estações: qualificação nas etapas de tratamento, através da realização de reformas e melhorias nas estações de tratamento e aplicação de produtos químicos (cloreto de polialumínio) mais eficientes na clarificação da água captada;
– substituição dos pontos de captação: para obtenção de água captada em quantidade e qualidade adequada nos Sistemas Belém Novo e Tristeza.”