Se você não tem programa para o sábado à tarde, nós temos uma ótima dica. O 7º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre traz à Ipanema o espetáculo Guardachuva – Experiência Subterrânea. A peça será encenada na Orla de Ipanema às 15h30. A promoção é uma ação conjunta que conta com patrocínio do governo Federal e tem apoio da Associação de Moradores do Bairro Ipanema (Ambi).
A peça conta a história de duas mulheres que têm em segredo um amor proibido nos anos 50. Mas, mais intrigante ainda, é que a história é contada por equipe de filmagem que realiza um documentário sobre esse amor. O espetáculo se desenvolve na rua como em uma locação de cinema na qual o público é ao mesmo tempo espectador e extra em um filme. Enquanto as duas mulheres dos anos 50, recém saídas de um baile elegante discutem o seu amor, uma equipe de cinema que está nos tempos atuais realiza um documentário sobre este amor proibido. A diretora do filme é neta de uma das amantes. Os dois planos temporais estão sobrepostos, mas não dialogam diretamente, e o público deve desvendar como se dão estas relações. A cena cinematográfica que se apresenta inicialmente como algo real vai se desdobrando em um novo plano da ficção.
Há ainda outras novidades que a Ambi está preparando para Ipanema. Confira uma entrevista com seu presidente Plínio Braga Neto:

Meu Bairro – Como se deu o processo para essa parceria que irá trazer o teatro para Ipanema?
Plínio Braga – A Ambi tem um histórico de atividades culturais no bairro há bastante tempo, isso nos credencia para que o bairro faça parte de eventos em nível internacional como este Festival Internacional, mas também é decorrente da existência de muitos artistas e apreciadores da arte em nosso bairro, por este motivo estamos sempre em busca de atividades culturais, para que possamos unir a nossa bela paisagem à cultura e à arte propriamente dita, para que os moradores e, consequentemente, para que os porto alegrenses sejam beneficiados com este tipo de evento que só humaniza as pessoas.
MB – Qual a importância desse tipo de ação para a comunidade na tua percepção?
PB – Eu entendo que a arte humaniza, e se ela humaniza, precisamos mais do que nunca, da sua utilização na sociedade e comunidade de modo geral. Pois se temos consciência de que a educação é a base estrutural, juntamente com a família, de uma sociedade plena, temos a obrigação moral de tentar sempre que possível viabilizar estas ações para os moradores.
MB – Qual a expectativa da AMBI para essa atividade?
PB – Temos consciência de que precisamos, cada dia mais, de pessoas comprometidas com o tema da humanização dos indivíduos. Humanizar no sentido completo e pleno da palavra. Mais do que oferecer aos indivíduos condições de vivência, de sobrevivência, dar a eles a oportunidade de serem quem realmente são, com toda a sua individualidade e peculiaridades, sempre respeitando as individualidades e o meio ambiente em nosso bairro.
MB – Há outras atividades nesse sentido que ainda serão realizadas esse ano?
PB – Estamos sempre buscando ações que visem a humanização das pessoas com o nosso meio ambiente. Temos algumas atividades que estão em desenvolvimento para este ano e estaremos divulgando logo.