Nesta quinta-feira,17, o Sindicato dos Jornalistas profissionais do Rio Grande do Sul utilizou o espaço da Tribuna Popular na sessão ordinária para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. A categoria não recebeu o aumento real em 2013 – hoje o piso é de R$ 1.690 na Capital e R$ 1.425 no interior do Estado.
Milton Siles Simas Júnior, presidente da entidade, denunciou o descaso que a categoria tem sofrido nos últimos anos pelo sindicato patronal. “Nós presenciamos nos jornais muitas lutas por melhores salários de várias categorias, como professores e bancários, mas não dos jornalistas, porque os jornais não noticiam”, criticou o presidente.
Simas relatou que “os patrões demoraram três meses para abrir as negociações e não negociaram nada, apenas corrigiram a inflação. Nós rejeitamos a proposta porque a consideramos abusiva e vergonhosa”. O líder sindical informou que a categoria, em assembleia, recusou a proposta de aumento do piso para R$ 1.808 para Porto Alegre e R$ 1.540 para o Interior.
Para o dirigente sindical, em 2013 o histórico de falta de valorização chegou ao limite. “O jornalista trabalha até a meia noite para informar os desdobramentos da greve dos bancários, vira a madrugada para repercutir a Kiss, trabalha de noite para divulgar o incêndio do Mercado Público, cobre a coletiva da presidente Dilma no sábado”, enumerou entre uma série de informações que só são propagadas graças à dedicação dos jornalistas em horários e dias incomuns à maioria dos trabalhadores.
Ao final, pediu para que os vereadores aprovem uma moção de apoio aos jornalistas e repúdio ao sindicato patronal e disse que “a informação de qualidade precisa de profissionais que sejam valorizados”, enquanto era aplaudido por dezenas de jornalistas que estavam nas galerias vestindo camisetas com os dizeres: “sem jornalista não tem informação”.