Há três anos os moradores do Teresópolis começaram a pedir mais segurança no bairro. Através da Associação de Moradores do Bairro Teresópolis, eles organizaram diversas reuniões, chamaram autoridades, pediram mais efetivo da Brigada Militar. (veja matérias aqui, aqui e aqui). Contudo, o início de 2015 sinaliza que as melhorias ainda não foram suficientes para dar tranquilidade à população. É essa a opinião de Caroline Bittar, moradora que sentiu na pele no início do ano a ação de criminosos. Ela foi surpreendida quando voltava do trabalho. Como estava ressabiada por já ter sido assaltada, se deu conta da movimentação dos meliantes e conseguiu fugir, mas viu outros moradores sofrerem um assalto à mão armada em uma parada de ônibus. Confira a entrevista:
Meu Bairro – Como foi que se desenrolou toda a ação dos ladrões aquele dia?
Caroline Bittar – Chegando do trabalho, desci do ônibus Otto-HPS por volta da 13h30 em frente a uma lancheria. Vi que atrás do ônibus tinha uma moto com dois rapazes. Como já fui assaltada por homens na mesma característica, fiquei em alerta e vi que ambos me olhavam, apressei o passo e fingi que estava entrando em um estabelecimento. Quando olhei para trás vi que o carona da moto desceu, tirou a arma da bermuda e apontou ela para as pessoas que estavam esperando ônibus. Esse homem foi tirando de cada um os seus pertences. Nisso atravessei a Avenida Teresópolis correndo e fui para casa.
MB – Tu te sente segura no bairro Teresópolis? Se não, o que tu tem te privado de fazer por causa da falta de segurança?
CB – Não me sinto nenhum pouco segura no meu bairro. Não faço mais nada a pé, não vou ao supermercado, ao salão de beleza ou na casa de amigos sem que seja de ônibus ou carro, mesmo que seja a uma quadra da minha casa.
MB – A Brigada Militar aumentou o efetivo de policiais. Isso te tranquiliza?
CB – A Brigada Militar aumentou durante um tempo pelo bairro, mas desde o começo do ano foram poucas vezes que vi algum carro ou algum policial pelo nosso bairro. Antes pelo menos a gente via eles na Praça Guia Lopes, o que na minha opinião ajuda um pouco, mas ajudaria mais se eles também ficassem andando pelo bairro já que os assaltos acontecem geralmente nas ruas de dentro do bairro, o que não foi o caso do ocorrido que presenciei essa semana, que ocorreu em plena Avenida Teresópolis.
MB – O que tu tens feito para se sentir mais segura?
CB – Não tem muito o que ser feito, ou tu anda sem nada correndo risco ainda de revoltar os assaltantes ou tu não anda, que é o que ando fazendo. Saio de casa para ir até parada pegar o ônibus já desconfiada e olhando para todos os lados, na volta é a mesma coisa. O medo vem dominando todos moradores do bairro que vem acompanhando as ondas de assaltos. Nosso bairro está perigoso e nós moradores estamos sim pedindo socorro.