Morreu nesta segunda-feira, 27, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes. Conhecido como Paixão Côrtes, ele foi um dos mais importantes tradicionalistas do Rio Grande do Sul e responsável por ser o curador de diversas ações de manutenção da história do povo gaúcho. Ele tinha 91 anos e deixa um legado expressivo em toda cultura gaúcha, além de ser o modelo da estátua do Laçador.
Natural de Santana do Livramento, Paixão Cortês foi folclorista, compositor, radialista e pesquisador gaúcho. É formado em Agronomia. Em 1948, organizou e fundou o CTG 35 e, em 1953, fundou o pioneiro Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição.
Em 1956, Inezita Barroso gravou as músicas tradicionais gaúchas Chimarrita-balão, Balaio, Maçanico e Quero-Mana, Tirana do Lenço, Rilo, Xote Sete Voltas, Xote Inglês, Xote Carreirinha, Havaneira Marcada, recolhidas por Paixão Cortes e Barbosa Lessa.
Em 1958, Paixão Côrtes apresentou-se no Olympia de Paris, no palco da Universidade de Sorbonne, no Hotel de Ville, no Teatro Alhambra, além de clubes noturnos e cabarés. Em 1986, apresentou-se durante um mês na Inglaterra, divulgando traduções de seus livros para o inglês.
Em 2003 lançou seu novo manual, com mais danças, derivadas do primeiro. Por exemplo, Valsa da mão trocada, Mazurca Marcada, Mazurca Galopeada, Sarna, Grachaim.
Em 2010 foi escolhido patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Recebeu também a Ordem do Mérito Cultural.