Nessa semana fui novamente até a Barnes e Noble, a maior livraria de Nova York Desta vez para assistir a maior estrela da fotografia norte-americana contemporânea, Brandon Stanton. Talvez você já tenha ouvido falar dele, pois há um bom tempo as suas fotografias se tornaram virais nas redes sociais e ele se tornou tema de matérias nos principais canais de televisão norte-americanos e, consequentemente, também apareceu na imprensa mundial (incluindo a brasuca). Enfim, trata-se do criador do site Humans of New York, que agora se tornou livro. Pois bem, foi atrás do Stanton e do livro que eu parti para a Barnes e Noble…
O livro foi fácil de comprar. Aliás, era requisito obrigatório para quem quisesse assistir ao autor. Mas, resumindo, como cheguei meia hora antes, não consegui assistir a palestra, pois a fila começava no primeiro piso e terminava no quarto, local do evento. Porém, depois de duas horas na fila, lendo o livro e pensando na vida (e tentando entender porque um americano publicou um livro que visa justificar o motivo do Brasil, Espanha, Itália e Alemanha serem bons no futebol e os Estados Unidos, o Iraque e outros serem um desastre), depois de 120 minutos eu consegui chegar na frente do cara, tirar fotos e pegar sua assinatura. No entanto, não quero me estender no meu drama particular, mas sim, tentar analisar brevemente alguns pontos da obra de Brandon.
Primeiro, o meu interesse particular pela obra e por seu autor foi justamente pelo espírito beat que Brandon deu à fotografia. Em 2010, depois perder o emprego em sua cidade natal, Chicago, ele simplesmente resolveu se tornar fotógrafo. Tudo começou como um passatempo: ele apenas fotografava nos final de semana para a sua página pessoal do Facebook. E, inicialmente, eram apenas fotos de prédios, estátuas, etc. Foi então que ele deu uma de Jack Krouac da fotografia: fez as malas e caiu na estrada.
Primeiro destino foi a Filadélfia. Uma semana lá e depois Nova York. Stanton nunca tinha estado aqui até então e, inicialmente, ele iria ficar na cidade por apenas uma semana. No fim, como agora é fácil de perceber, tudo mudou: ele trocou as fotos de prédios por pessoas e, após criar um simples álbum no Facebook com o título “Humans of New York”, seguindo o conselho de um amigo, ele passou as fotos para um blog, que se tornou o atual site (www.humansofnewyork.com), que se tornou o livro que levou aproximadamente 5 mil pessoas a uma livraria no centro de Nova York. Ou seja, um amador, que nunca havia fotografado até então, que nunca tinha vindo a Nova York, apenas por curiosidade e por admirar as coisas “simples” da humanidade acabou fazendo uma coisa tão simples, que nunca tinha sido pensada por ninguém: fotografar a diversidade de pessoas que habita e que passa por essa cidade. Como era de se esperar, após o sucesso de Stanton, surgiram vários “Humans of…” pelo mundo. Aliás, possivelmente, alguém já deve ter criado um Humans of Porto Alegre… Caso estou enganado, segue a dica!