Muitos. Unidos, caminhando, conversando, pedindo. As manifestações da última semana no bairro Tristeza foram um alento. Uma força que emergiu de uma tragédia, um assassinato, e que movimentou pais, mães, filhos, filhas, vizinhos, amigos e familiares em busca de um prol comum: segurança.
Os moradores do bairro Tristeza se fizeram ouvir. Na ruas eles mostraram que a ineficiência do Estado em prover segurança aos seus cidadãos não vai ficar impune. Eles estão certos de que merecem dormir mais seguros e retomar os espaços públicos. A rua é de todos, seja durante o dia ou a noite. Quem mora na Tristeza não quer mais ficar preso dentro do seu apartamento. Quer ter a segurança de que pode se dirigir ao seu carro durante a noite sem ser assaltado ou ter uma arma apontada para si.
Outro grande exemplo do fim de semana foi a presença da família de Carlos Norberto Barbosa dos Santos na manifestação de domingo. Eles perderam seu ente querido há menos de uma semana e mesmo sofrendo, chorando, eles estiveram presentes durante todo o percurso. Gritaram por segurança, pediram para que a dor que estão sentindo seja a última. Eles não querem ver outra família passar pela dor de perder um pai da família.
A Zona Sul está se mobilizando. O Bairro Ipanema terá uma reunião na quinta-feira, 7, no Clube Professor Gaúcho. O encontro terá início às 19h e servirá para que a situação caótica da segurança seja discutida entre moradores e Poder Público. A iniciativa é do Grupo Ipanema Eu Moro Eu Cuido. E se, mesmo assim, com os moradores nas ruas, se reunindo, eles não forem escutados pelo Estado, há algo muito errado com os políticos gaúchos. Onde estão os nossos deputados para cobrar, em nome de seus eleitores, para que medidas efetivas sejam tomadas? Onde estão as mudanças que estão sendo solicitadas pela população?
Agora é a hora dos nobres deputados darem exemplo. A população já fez a sua parte, e promete continuar fazendo.