Algumas coisas não mudam nunca. Mesmo com todo o esforço realizado para inaugurar nesta cidade um novo modelo de relação entre governo e sociedade, há sempre forças contrárias. Forças que são geradas pela inquietação e desconforto que toda mudança impõe.
Esta sensação faz com que os envolvidos se movimentem de um lado para outro na tentativa de resgatar o território tão conhecido e seguro. O novo representa uma ameaça. Não há garantia que os novos caminhos serão facilmente trilhados. Que peças serão facilmente encaixadas.
Velhos armários foram abertos e um novo arranjo será feito. Em sua maioria tudo será restaurado, reformado, reciclado. Novas cores, roupagens novas, caras novas, novos personagens aparecerão. Eles sempre estiveram lá, guardados e subutilizados. Agora terão a chance atuar em uma grande produção. Os movimentos terão que ser fluidos, leves, elegantes. Para não causar espanto, tão pouco, ocupar a atenção daqueles já tão ocupados procurando um lugar confortável.
Muitos enfrentamentos tácitos, embates, motins. Até que todos se reconheçam e percebam que as mudanças não são nocivas.
Está aí a grande novidade: o novo não é tão novo assim e chega como alternativa inteligente para fazer muito com pouco, onde muitos precisam muito.