Na sexta-feira, 10, nós falamos com o jornalista Poti Silveira sobre o uso de bicicletas. (confira a matéria aqui). Poti acredita que apesar dos investimentos da Prefeitura na construção de ciclovias, há ainda a necessidade de uma maior conscientização da população da cidade sobre o uso correto do equipamento e também do respeito que deve se ter com os ciclistas.
Hoje a nossa conversa é com Luck Herbert. Arquiteto por formação, Luck anda de bicicleta há cinco anos no trânsito da Capital. Ele fala conosco também sobre o desrespeito que alguns motoristas têm com os ciclistas, mas principalmente sobre a falta de uma infraestrutura adequada que facilite o uso das bicicletas como meio de transporte.

Meu Bairro –Quais os principais problemas que tu enfrenta pra te locomover de bicicleta?
Luck – Os principais problemas são o desrespeito dos motoristas com o ciclista, a falta de ciclofaixas e ciclovias abrangendo boa parte da cidade e, na ausência das mesmas, as más condições de algumas vias.
Meu Bairro –Tu usas a bicicleta também como meio de transporte? Se sim, tu achas seguro? Achas que os motoristas de carros, motos e ônibus conhecem as leis e respeitam os espaços das bicicletas?
Luck – Gostaria de usá-la (bicicleta) mais como meio de transporte, no mínimo três vezes por semana. Mas não, eu não acho seguro, pois não temos infraestrutura pra andar de bicicleta no trânsito de Porto Alegre. E como mencionei anteriormente, o maior problema no trânsito é o desrespeito com o ciclista.
Meu Bairro – Tu consegues imaginar o uso de bicicletas como meio de transporte algo natural em Porto Alegre em um futuro próximo? Se não, o que tu achas que falta para que cheguemos lá?
Luck – Eu não utilizo a bicicleta como meio de transporte, não como gostaria. Acho que falta infraestrutura nas próprias empresas empregadoras pra que tenhamos um lugar adequado e seguro para guardar as bicicletas, bem como um vestiário pra que possamos trocar de roupa e tomar uma ducha. Necessitamos de uma melhoria e de um aumento considerável de vias exclusivas para bicicletas, que liguem toda a cidade, e não apenas a orla do Guaíba e a Avenida Ipiranga. A malha cicloviária precisa ser ampliada, e a destinação da arrecadação de parte da multas de trânsito pretende suprir essa carência. Espero que isso realmente aconteça.