Agora sim, definitivamente, chegou a hora. Enquanto vocês estiverem lendo esse texto, estarei indo de Santo Ângelo para Porto Alegre, de onde parto sábado para o Rio de Janeiro. E dessa vez respirei fundo e comprei uma passagem de avião (Poa-Rio). Afinal, é muito sofrimento encarar mais 30 horas de busão só de ida – como foi quando fui fazer o visto… Se sobreviver a essa etapa, terei até o domingo de noite de “descanso” na praia do Flamengo – com aquela tradicional passadinha na Lapa. E, depois disso, partiu New York!
Sinceramente, essa coluna quase não saiu, pois a semana está a milhão por hora que nem sei o que estou escrevendo. Até liguei para a minha “senhoria” lá em Nova York e consegui conversar com ela por telefone! Pois é, ela até disse que meu inglês é “verygood”. Tu vês… E, se tudo der certo, a coluna da próxima semana será escrita direto do Harlem, na ilha de Manhattan, em New York!
Como já disse, essa empolgação infantil de minha parte, para você, burguês leitor acostumado a viajar para o exterior, pode parecer de uma tremenda bestialidade, porém, pra quem saiu do bairro Harmonia, em Santo Ângelo, para ir para o seu co-irmão mais famoso (Harlem) isso é uma apoteose…
Falando em apoteose, meus desfalcados neurônios estão correndo em meu cérebro de um lado para o outro tão rapidamente que nem consigo planejar minimamente o que vou fazer assim que chegar lá (fora as obrigações, óbvio – como ir ao banco e à NYU). Pego o manual da PubliFolha e os milhares de vídeos do Youtube e sites com dicas e concluo que para conhecer tudo o que vale a pena teria que morar lá uma vida inteira… Então, recuperei aquele meu espírito beat e thompsoniano de simplesmente ir e deixar rolar (justenjoy)… Como já comentei aqui, tive praticamente um ano para planejar a viagem, e enquanto esperava esse dia, eu fazia mil planos, mais como uma forma de passar o tempo, afinal, sei que quando chegar lá mais da metade do que planejei acabarei não fazendo, mas, em compensação, coisas que eu sequer imagino nesse momento vão acontecer (espero que positivamente).
Acho que, a partir de segunda, começa uma etapa na minha vida de colocar os neurônios totalmente fora do lugar no meu cérebro (eles nunca tiveram lugar certo, mas agora a desordem vai ser maior). Inclusive, estive pensando muito sobre isso: como vai ser quando eu voltar? Quem será esse ser que habita em meu corpo? O quanto eu me conheço até hoje? O quanto desconheço do meu Eu? Caralho, acho que tanta coisa pra fazer em tão pouco tempo afetou todo o meu cérebro!
Jesus! Melhor meditar enquanto espero a grande hora…
Hasta elHarlem!