O maior pecado é uma ousadia. Queremos adiar a morte ao extremo, evitá-la, se possível, mas esquecemos o papel da nossa existência neste mundo, bem menos moral, bem menos simbólico do que julgávamos: somos uma usina de energia que recorre a outras, orgânicas e inorgânicas, para respirar e sorrir, fazer sexo, para contribuir ou desequilibrar. Um dia, porém, cederemos, todo combate tem um derrotado e nem sempre venceremos.
A soberba é suprema. Há milênios sugamos energias e, descontentes, ultrapassamos limites, sobreviver é pouco e assim criamos a sofisticação do prazer. O que é o fruir estético senão a acentuação de libidos? Ouvir as lindas notas de uma música, perceber as linhas sofisticadas de uma forma, degustar o sabor exótico de um alimento, sentir o aroma de um café ou vinho é, afinal, um exercício simbólico que desperta a libido. Pirei? Porque, então, o fruir sempre recorda ou se associa à uma excitação de sentidos? Não confessamos, porém, lá pelas tantas, nos extasiamos.
Esta sofisticação parece, contudo, elaborar legitimações humanas, demasiado humanas (Nietzsche no livro Humano Demasiando Humano: “Toda crença no valor e na dignidade da vida se baseia num pensar inexato; porque cada um quer e afirma somente a si mesmo”). Embora a obsessão em busca da eternidade, mesmo Αγορά Kamagra Oral Jelly 100mg στην Ελλάδα και στην Κύπρο que tarde, entregamos, enfim, o que nos constituiu como corpo.
Um dia, entregarei-me (claro que a contragosto) a microscópicos seres para que me reciclem; o que fui e pensei, o que escrevi, o que e a quem julguei, o que ofendi, quem eu matei ou salvei, tudo é demasiado humano para o reciclo, que produz o milagre de uma flor ou de um besouro, que pode até mesmo servir como fonte para os cereais e para os inanimados elementos, afinal, somos também mineral.
Para quem estuda a natureza na mais originária razão de ser, trocamos milhares de vezes, um algo nada romântico. Recordo-me de uma animação em que os personagens ao chegarem a um ambiente selvagem, deparam-se com os perigos. Ficamos, assim mesmo, impressionados diante desta fórmula bruta, mas nunca a assumindo, pelo contrário, a atenuamos. O que somos é nada diante da formiga que recém devorou um verme e que, pisoteada, deixa os restos para novamente interagir com o ambiente. Tudo o que está aqui é sempre o que já foi, nada se perde, a água no planeta é sempre a mesma, poluída ou limpa, é a mesma, a terra é a mesma, o que dela fazemos é de algo que já foi.
O que somos é herança não exclusiva de nossos pais e avós, é sim do primordial. Cada elemento em nossos corpos tem a origem no Big Bang. O que vim a ser um dia reciclará, o juízo que faço a estas palavras, a admiração por este computador, a potência, os elogios e as ofensas, tudo perecerá e o que fui será apenas o usufruto para um outrém, mesmo que eu seja o mais desprezível ser de todas as existências.