Antes eles eram o centro das atenções. Lá se reuniam amigos e parentes todos os dias para jogar futebol e tomar chimarrão; hoje eles ficam grande parte do dia vazios. Os campinhos de futebol e as pracinhas estão perdendo espaço nos bairros, e na Zona Sul não é diferente.
A principal reclamação dos moradores é que, em sua grande maioria, esses espaços estão sendo ocupados para o uso de drogas ou estão sujos, e, sendo assim, a população não se sente segura para deixar as crianças brincarem na rua. Aline Bueno também acha que esses espaços estão sendo perdidos para outros fins que não a diversão de pais e filhos. “Faz muito tempo que as pessoas abandonaram os espaços públicos, por se sentirem inseguras neles”, salienta.
Mas a arquiteta lembra que é importante que a comunidade se faça presente. Ela acredita que quanto mais pessoas estiverem nas pracinhas ou campinhos, mas atenção será dada a esses espaços. “Elas [as pessoas] têm que perceber que quanto mais frequentarem esses locais, quanto mais levarem vida pra eles e, principalmente, quanto mais os vizinhos se conhecerem, mais seguro se tornará o lugar”, finaliza.
Para Jorge dos Santos, morador da Zona Sul, os espaços destinados à prática esportiva e à diversão para crianças são escassos e isso está influenciando a saúde delas. “A maioria das crianças tem uma vida sedentária, e não são próximas dos seus pais”.
Jorge lembra que esses instantes divididos entre pais e filhos nas “pracinhas”, no passado, eram muito importantes. Lá, reunidos, eles podiam conversar e se divertir. “Em momentos como estes é que se pode propiciar uma maior integração entre pai e filho”. Ele finaliza alertando à prefeitura: “Acredito que a Zona Sul possua muitas áreas que poderiam ser utilizadas para estruturas de esportes, diversão e interação da família”, conclui.