Fotografia cedida por: Dado Braz
Você clicou no link para abrir uma página, está visualizando neste momento as primeiras palavras que começam este texto; deitada em minha cama com colcha vermelha, escrevo através de uma caneta azul em um papel amarelo; vamos tentar juntos pensar sobre alguns sentimentos e sentidos.
Se você não gostasse de ler, poderia apenas ter passado para a próxima publicação deslizando seu dedo. Deslize-o para sentir a ponta dele, para cima e para baixo; sentir as pontas dos dedos como sentisse pela primeira vez o gelo, a neve derreter, a terra cair entre os dedos, a sensação de tocar em um rosto, sinta alguém tocá-lo, sinta esse toque, sinta vontade de abraçar, abrace, sinta o calor dos nossos sentimentos.
Sinta seu coração batendo, pare, simplesmente pare. Sinta sua respiração, inspire profundamente, deixe seu corpo receber a deliciosa sensação de haver ar em seus pulmões, solte todo o ar, sinta seu abdômen subindo e descendo. Seu corpo é perfeito e só você não prestou a devida atenção.
Imagine você quando era criança observando o que há na natureza, grandes árvores que suas pernas são capazes de escalar, ouvindo os pássaros enchendo o céu de melodia; agora imagine toda essa inocência sendo arrancada de você, alguém acabou de roubar o seu brinquedo favorito, você olha para as suas mãos e elas estão vazias, você chora tanto que sente o gosto salgado de suas lágrimas.
Tente sair desse lugar, saia pela porta de trás, ela está se abrindo para você, você continua caminhando e se depara com uma tempestade; sinta os pingos grossos em cima de seu corpo, ficando todo encharcado, esqueça o guarda-chuva, leve essa nuvem em seus passos; sinta uma tonelada de coisas ruins sendo tiradas de suas costas, caindo pelo chão, fazendo-se um precipício; seu pé erra o caminho e você começa a cair, se mantém caindo; sinta o vento lhe embalando, sinta-se mais leve que o ar, sinta esse frio na barriga, que é o misto de medo e deslumbramento.
Você voa lindamente como todo ser livre, não possui asas, apenas consegue voar; não importa a vivência que você tem em um dia, se os sentimentos são ruins ou bons, não deixe de senti-los. A vida, as coisas, o tempo acontecem, mesmo sem a sua permissão, basta você saber aproveitá-los.
Agora voltamos, eu com meu pedaço de papel amarelo; você com seus olhos nessas últimas palavras.