O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul lançou nota hoje à tarde lançando duras críticas à administração municipal. Acusando a Prefeitura de estar fazendo uma gestão precária do sistema de saúde municipal para fomentar o desmonte de sua rede de atendimento para legitimar o processo de terceirização já em curso, o Simers veio a público denunciar o que foi registrado no Pronto Atendimento do Bom Jesus durante uma visita na última sexta-feira, 17.
De acordo com a entidade, a unidade abrigava pacientes em macas improvisadas e acomodados nos corredores. Com cinco leitos de observação, a enfermaria de adultos da unidade abrigava 20 pacientes. Já na enfermaria pediátrica, sete crianças dividiam o espaço de cinco pacientes. Ocupada por macas improvisadas como leitos, a sala vermelha da unidade estava praticamente interditada. “Se houver alguma situação de emergência esta noite não temos sequer como acessar o espaço de atendimento”, alertava um dos servidores da unidade.
“Esta é uma situação de grande risco tanto para os pacientes, que têm o atendimento prejudicado, quanto para os médicos e demais profissionais de saúde, que trabalham sob péssimas condições e podem ser responsabilizados”, lamentou o diretor do Simers Filipi Becker, que vistoriou a unidade nesta madrugada.
Além do elevado número de pacientes e da carência de estrutura, segundo o Simers o atendimento foi prejudicado por problemas de gestão na escala dos profissionais da empresa terceirizada que atende ao PA. O sindicato alerta, ainda, que a falha deixou a unidade com um médico a menos por cerca de quatro horas. “Ou seja: a principal medida apresentada pela Prefeitura para qualificar o atendimento na realidade tem produzido efeito contrário, ocasionando desassistência à população”, explica a nota.