O máximo que podemos esperar das outras pessoas é educação e respeito. E mesmo assim, muitas vezes nem isso acontece. Mas (porque na vida sempre tem um mas), na última semana acabei sendo extremante grosseira com uma pessoa que estava apenas “cumprindo seu dever”.
Se tem uma coisa que me irrita profundamente é quando menosprezam a minha inteligência, principalmente com respostas óbvias e jogando a culpa no “sistema”.
No sábado, fui a uma farmácia, de uma grande rede gaúcha que se espalha pela Rua da Praia, comprar apenas um creme para o cabelo. Lá encontrei diversos tipos e marcas, quase um paraíso do ‘deixe seu cabelo divino’, mas quase todos os produtos não tinham preço. Cheguei a contar, em uma prateira eram 12 produtos diferente e um preço fixado, e essa etiqueta não correspondia algum produtos.
Com quatro cremes nas mãos, porque não consegui segurar mais, procurei uma máquina para verificar os valores. Nada. Então comecei a reclamar, mas sozinha.
Existe uma lei que auxiliar o consumidor nesses casos (aqui e aqui). Ela define que os estabelecimentos comerciais, além de colocarem os preços nos produtos expostos nas vitrines (com preço avista e a prazo), também devem fixar etiquetas com o valor respectivamente abaixo dos produtos, nos produtos ou disponibilizar uma lista acessível e compreensível.
Mas quem faz isso, tem mercados que os atendentes dizem “A senhora pode conferir na máquina para consulta de preços”. Sim se eu for conferir o valor de cada produto que eu quiser comprar vou passar a tarde fazendo “compras”.
Nesses casos eu sempre brinco dizendo que “esse é de graça” porque não tem preço. E tudo bem. Mas naquele sábado, apareceu uma vendedora tentando me ajudar. Primeiro ela perguntou se eu precisa de algo. “Só saber o preço”. Ela tentou mencionar a existência das máquinas, mas quando procurou e percebeu que não tinha nenhuma perto, desistiu, mas tentou me empurrar a história do “estamos trocando os produtos”. “Sim, então troca. Tira o preço antigo e coloca o novo”, respondi. Ela continuou insistindo em alguma desculpa descabida. “Então não troca”. Tentei explicar sobre a lei, mas ai ela só concordava para eu parar de falar, como se eu não tivesse razão alguma.
O problema é que ela só está cumprindo ordens. E parece que a ordem é enrolar o cliente.
Gente, isso não cola mais, as empresas devem no mínimo respeitar o cliente e não empurrar a culpa para “o sistema que travou”.
E para dificultar ainda mais a vida do consumidor, o órgão que deveria fiscalizar esse os estabelecimentos cumpram a lei mencionada anteriormente pouco se importa se realizamos denuncias. Por isso, é tudo essa bagunça. Só funciona se é fiscalizado e ninguém fiscaliza.
Mas vamos continuar tentando, é só o que resta.
É esse meu Brasil brasileiro.