Contar a história e preservar a memória é exercer a cidadania. O livro do Arquiteto André Huyer “A Ferrovia do Riacho – do Sanitarismo à Modernização de Porto Alegre”, revigorou lembranças dos mais antigos moradores da Zona Sul (especialmente do Bairro Tristeza), teve um feliz fim e o começo de uma nova história de luta comunitária. A Ferrovia do Riacho, único caso de ferrovia municipal no Brasil de 1900 a 1936, que inicialmente exerceu a função de sanear o Centro da Cidade enquanto a rede de esgoto fosse construída, desempenhou importante papel no desenvolvimento da Capital dos Gaúchos. Importada da Alemanha, a locomotiva de 65 cavalos vapor, recebeu o nome de Porto Alegre e é a única remanescente desta ferrovia. Após ser desativada, penou no Parque Farroupilha, no Parque Saint’Hilaire, no Museu do Carvão em Arroio dos Ratos e atualmente está em absoluto abandono na cidade de Carlos Barbosa, sofrendo grave degradação.
Em memória da importância que teve no desenvolvimento e urbanização da Zona Sul, em 2012, o Fórum Região de Planejamento 6, e as entidades comunitárias CCD, CCE, Clubes de Mães da Vila Assunção e GET- Grupo Empresarial da Tristeza e Zona Sul, encaminharam solicitação à Promotoria de Carlos Barbosa e Prefeitura manifestando nosso interesse do retorno da locomotiva para de onde ela nunca deveria ter saído: a Praça Comendador Souza Gomes “Pracinha da Tristeza”.
De lá para cá, gestionamos junto a SMAM para incluir no Projeto da reforma da Praça ( local e estrutura) na SMOV solicitação do transporte das 45 toneladas que é seu peso e, com a concordância da Prefeitura de Carlos Barbosa, solicitamos ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) seu dono, a decisão de atender nosso pleito.
Estamos fazendo abaixo-assinado para reforçar junto ao IPHAN a vontade da Comunidade e para Secretaria da Cultura de POA se empenhar e nos ajudar a realizar este sonho de ter a nossa locomotiva na Praça onde esteve sua única estação.
Evento vai relembrar as histórias e memórias da época
Dia 22 de março teremos um evento com a participação do autor do livro, André Huyer contando a história que brilhantemente escreveu e depoimentos de moradores que vivenciaram a época. Será uma tarde de convivência comunitária, onde as pessoas deverão trazer fotos antigas, um comes e bebes para compartilhar com vizinho e amigos. Será no Centro Cultural Zona Sul – Landel de Moura, 430, das 15h às 19 h.
Nossa gratidão e admiração ao André Huyer que brilhantemente nos proporcionou reviver nossa linda história.
Na próxima coluna tem mais.
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