Foto: Janete Machado – Historiadora
O Trenzinho da Tristeza está mais perto de voltar para a Praça Comendador Souza Gomes, seu lar. De acordo com a presidente do Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda, Vilas Conceição e Assunção (CCD), Jacqueline Custódio, eles já estão em contato com a Prefeitura de Carlos Barbosa, onde a locomotiva está agora, para viabilizar sua vinda à Capital. Já há também um parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) favorável ao CCD que será o responsável pelo seu reparo depois que a locomotiva chegar em Porto Alegre.
Em outubro do ano passado, Fernando Xavier, então prefeito de Carlos Barbosa, chegou a vir a Porto Alegre quando conversou com Jacqueline Custódio sobre a vinda do Trenzinho. O município não queria arcar com o transporte do equipamento, que tem 45 toneladas, mas com a determinação do Iphan deve ter que resolver a questão com seus próprios recursos. “Houve alteração de prefeito no governo então agora estamos tratando novamente essa questão.”, explica Jacqueline. O atual prefeito Evandro Zibetti era vice na administração anterior e já sabe da negociação entre o município e o CCD para a vinda da locomotiva.
Saiba mais sobre o Trenzinho aqui na coluna de Anadir Alba.
Um pedaço da história de Porto Alegre
O Trenzinho da Tristeza fazia a rota da Ferrovia do Riacho, único caso de ferrovia municipal no Brasil de 1900 a 1936 e desempenhou importante papel no desenvolvimento da Capital dos Gaúchos. Importada da Alemanha, a locomotiva a vapor, de 65 cavalos, recebeu o nome de Porto Alegre e é a única remanescente desta ferrovia. Após ser desativada, esteve no Parque Farroupilha, no Parque Saint’Hilaire, no Museu do Carvão em Arroio dos Ratos e atualmente em Carlos Barbosa. Em 2012, o Fórum Região de Planejamento 6, e as entidades comunitárias CCD, CCE, Clubes de Mães da Vila Assunção e GET- Grupo Empresarial da Tristeza e Zona Sul, encaminharam solicitação à Promotoria de Carlos Barbosa e Prefeitura manifestando interesse do retorno da locomotiva à Praça Comendador Souza Gomes “Pracinha da Tristeza”.
Possível entrave
Uma mudança com relação à responsabilidade sobre o trem pode atrapalhar. A União passou ao Departamento Nacional de Infraestrutura e de Transportes (DNIT) o cuidado dos equipamentos de toda a malha ferroviária e não mais ao Iphan. Como os trâmites tinham sido realizados anteriormente à mudança, a decisão deve ser a mesma.
Tombamento na próxima semana
O CCD já organizou os documentos necessários e irá pedir o tombamento da locomotiva. “No mais tardar semana que vem vamos pedir o tombamento através do CCD. Temos documentação organizada.”, explica Jacqueline. O CCD tem como responsabilidade fazer o restauro da locomotiva, já que foi uma das condições do Iphan durante a negociação.
Veja também: Trenzinho da Tristeza – a locomotiva da Ferrovia do Riacho
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