A Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) discutiu na sessão de ontem a utilização restrita de banheiros do novo trecho da Orla do Guaíba. Representantes da prefeitura explicaram os serviços desenvolvidos por cada área para melhor acolher a população no local. Porém, a alteração do projeto original do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, que previa que os 16 banheiros construídos fossem de uso público, foi alvo de críticas.
O arquiteto e urbanista Oscar Coelho, da Secretaria de Planejamento e Gestão (SMPG) e um dos fiscais da obra, confirmou que o edital da Orla previa que todos os banheiros fossem de uso público. Disse, porém, que a concessão de módulos de bares e restaurantes para permissionários alterou a gestão de uso de parte dos sanitários. Conforme Coelho, dos 16 sanitários construídos, dois são de uso exclusivo da Guarda Municipal, seis estariam abertos ao público e o restante é de responsabilidade dos permissionários, que podem ou não liberar o uso para o público em geral. “A utilização de parte dos banheiros vai depender do entendimento do permissionário, que pode optar por emprestar apenas para clientes. De qualquer forma, se os banheiros não ficarem públicos, alguma alternativa terá de ser feita, pois o projeto original previa que todos os sanitários construídos fossem de uso comum.” Coelho também destacou que a disponibilização de banheiros químicos deve ficar restrita a eventos.
A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) se disse preocupada com a alteração do edital, pois todos os banheiros deveriam ser públicos. “Não há problemas de ter restaurantes da Orla. O que não pode é ter banheiro privado havendo pouca oferta e muita procura por este tipo de equipamento público.”
O vereador Dr. Goulart (PTB) classificou de “esplendorosa” a nova Orla do Guaíba e destacou que, devido à concentração rotineira de pessoas, é fundamental que a prefeitura tenha atenção com relação aos banheiros e à segurança pública.