Dia 10 de setembro, ocorreu a penúltima audiência pública da série que está discutindo a revisão do Código de Posturas e a cocriaçao do novo Código de Convivência Urbana e Democrática. O tema foi muito interessante, pelo menos para a minha prática diária e pelos novos tempos que estamos vivendo, não só em Porto Alegre, como mundialmente. E o desafio colocado para o evento foi “como assegurar o ‘aparecimento’ no espaço público dos indivíduos pré-ocupados com a convivência urbana e dispostos a agir movidos pelo bem coletivo, voluntariamente? É adequado – e sendo – de que forma inserir no novo código de Convivência Urbana e Democrática tamanha inovação na ocupação do espaço público?”.
São questões bastante relevantes e que nos atingem diariamente. Tenho, particularmente, me debruçado no estudo desses desafios, pesquisando e escrevendo e, mais que tudo, tentando aplicar na prática as conclusões das quais tenho (vagamente) me aproximado. O que tenho visto é que existe muita gente com disposição e vontade de mudar aquilo com o que não concorda. Mas, e não é muito difícil chegar a esta conclusão, sozinhos não conseguimos ir muito longe. Até porque vivemos num país democrático e o interesse comum deve prevalecer. Nesse contexto, surgem os coletivos, onde existe um objetivo comum, em torno do qual um determinado grupo se mobiliza, traçando estratégias e promovendo ações para alcançar um resultado. Aqui em Porto Alegre, muitos desses grupos se estabeleceram, com maior ou menor nível de organização e que vêm trabalhando de forma voluntária em diferentes causas. São exemplos, PortoAlegre.cc, Passagem com Arte, Projeto Vizinhança, Quantas copas por uma copa, Gonçalo de Carvalho, Chega de Demolir Porto Alegre, entre tantos outros.
Mas a ideia de coletivos não é exatamente nova. As associações de bairro ou de moradores, os clubes de mães e paróquias são formas mais tradicionais de agrupamentos colaborativos, que existem e que desempenharam papel fundamental nas comunidades.
Agora, temos aqui, bem pertinho, um novo desafio pela frente e que vai demandar um esforço de uma grande parcela de voluntários e de simpatizantes (aqueles que ainda não atuaram, mas que com um “empurrãozinho”, abraçarão a causa). A nova gestão do Centro Comunitário de Desenvolvimento (CCD), que congrega os bairros Tristeza, Pedra Redonda e as Vilas Assunção e Conceição, tem como um dos projetos prioritários a retomada do Centro Cultural Zona Sul. A empreitada começou há um bom tempo atrás, teve seus momentos de glória e, hoje, voltou ao esquecimento. Pelo menos de parte do governo do Estado, porque tenho certeza que a comunidade ainda percebe o local, onde antes era o Artesanato Guarisse, como um polo cultural e uma referência para toda a Zona Sul da Cidade.
Vamos praticar o voluntariado, aqui mesmo. Em breve, vamos começar a divulgar algumas ações. A causa é nobre e, como diz uma antiga música de Beto Guedes, um mais um é sempre mais que dois!