O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús, encaminhou na manhã desta sexta-feira, 25, seu pedido de desligamento do cargo ao prefeito José Fortunati. Carús pediu afastamento do cargo menos de 24 horas depois do Ministério Público dar início a uma investigação de ilícitos que teriam acontecido do DMLU. Em seu lugar assume o diretor-adjunto Vercidino Albarello.
Carús se diz injustiçado
André Carús, que se elegeu vereador pelo PMDB em 2016, diz ter a consciência tranquila. “Em nenhum momento, eu, a direção e os demais membros da equipe do DMLU nos omitimos ou fomos levianos no trato com a coisa pública.”, disse em comunicado. Ele se defende dizendo que trouxe à tona as irregularidades que identificou á frente do departamento e que, a partir dos mecanismos de fiscalização do departamento, foram tomadas as providências legais, contratuais e cabíveis. “Não há rombo, dano ao erário e muito menos mal versação ou aplicação de recursos públicos, pelo contrário, há o reconhecimento de um rigoroso e eficiente processo de controle interno que nos permitiu adotar as medidas necessárias.”, explica.
O que diz o Ministério Público
O MP cumpriu mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal nesta quinta-feira, 24, em sedes de empresas e residências de investigados pela possível prática de crimes contra a administração pública. A Operação Fosso de Tártato está apurando a prática de estelionato, peculato, concussão, crimes licitatórios, corrupção, além de possível associação criminosa e lavagem de dinheiro. Além do ex-diretor do DMLU, André Carus, estão sendo investigados o ex-diretor, Gustavo de Souza Fontana; o representante da Cootravipa, Jorge Luiz Bitencourt da Rosa; o representante da B. A. Meio Ambiente Ltda., Jean de Jesus Nunes; e chefes de fiscalização do Departamento.
Conforme investigação da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, coordenada pelos promotores Tiago Moreira da Silva e Nilson de Oliveira Rodrigues Filho, os envolvidos praticaram diversas fraudes na execução dos contratos que as empresas mantêm com o DMLU. Tais práticas vão desde a não prestação integral do serviço, “chegando ao descalabro de serem colocadas caliças e resíduos da construção civil para aumentar o peso dos caminhões e potencializar o valor a ser pago pelo Poder Público”, destaca o Promotor.