Uma acusação grave atrapalhou os trabalhos da CPI da Procempa hoje na Câmara Municipal. A ex-servidora da empresa em cargo em comissão (CC), na condição de assessora de gabinete do então presidente da Companhia de Processamento de Dados, André Imar Kulczynski, Adriana Beatriz Nunes Boniatti reivindicou o direito constitucional de permanecer calada e não prestar depoimentos. De acordo com ela, após ter sido ouvida no Ministério Público, ela recebeu ameaças de morte caso voltasse a falar sobre irregularidades que estão sendo investigadas tanto pela CPI do Legislativo municipal como pelo MP. “Antes, já vinha sendo ameaçada por telefone, e me era dito para manter silêncio”, explicou.
Adriana respondeu apenas questões relacionadas ao seu trabalho na Procempa, disse que ocupava um “simples cargo de assessora” e afirmou que não era ordenadora de despesas, não fazia pagamento e nem tinha poder de mando para documentar qualquer coisa. “No organograma da Procempa, antes de mim tinha presidente, diretor e gerente.” A ex-funcionária também argumentou apenas cumprir ordens ao fazer processos licitatórios após serviços terem sido prestados, prática revelada na CPI da Procempa por Clarisse Rosi Lemos da Costa. “Se a Clarisse se disse coagida, imaginem eu, como CC, qual era o tamanho da coação”, justificou.
Uma depoente não compareceu
Luciana Cristina Solassi Manfroi, que também estava sendo esperada na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito, na manhã de hoje, não compareceu. O vereador Mauro Pinheiro, presidente da CPI, informou que deverá ser feita nova convocação à ex-funcionária da Procempa. “Se ela não vier novamente, serão tomadas as mesmas medidas que estão sendo adotadas em relação a (Gilmar) Vivian”, salientou o vereador ao dirigir os trabalhos no Plenário Otávio Rocha.
Ecônomo do restaurante existente na sede da Procempa, Gilmar Vivian foi convocado pelo menos por duas vezes pela Comissão. Por não ter comparecido, e conforme previsto no regimento de funcionamento de uma CPI na Câmara Municipal, está sendo solicitado auxílio da Justiça para sua intimação. Mauro Pinheiro informou ainda que os documentos solicitados por advogados da empresa Pilattel estão à disposição desde à tarde de quarta-feira passada.