Devido ao prolongamento da expectativa de vida e aos avanços da medicina, o Brasil está envelhecendo. Este é o resultado de pesquisas que afirmam que ao longo dos últimos 10 anos a população acima dos 60 anos de idade cresceu 35,5%.
Quando falamos em idoso, a imagem que nos vem à cabeça é de um velhinho sentado em uma cadeira de balanço ou de uma velhinha fazendo tricô. Essa representação está ultrapassada. Não muito antigamente, quando tínhamos outra expectativa de vida, a saúde em tal idade podia ser considerada precária, e a questão sexual nem era discutida. A idade é um fator que favorece algumas doenças, mas que não generaliza a todos da mesma faixa etária. E com o controle da andropausa e da menopausa por meio de reposição hormonal, há um aumento da vida sexual ativa dos idosos.
É errôneo pensar que quem está fora de tais critérios estaria fora também de qualquer possibilidade de vivência sexual, seria depravado ou pervertido. Inventamos o uso de um medicamento à base de citrato de sidenafil e, ao mesmo tempo, reprovamos o seu uso. Ainda atrelamos a sexualidade à reprodução. Devido a esta forma de pensar e à ausência de campanhas de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, a terceira idade torna-se mais vulnerável às DSTs, como ao vírus HIV.
A desinformação tem como conseqüência a via sexual ativa sem proteção. Os idosos tendem a não utilizarem preservativos, pois foi algo pouco utilizado ao longo de suas vias; há medo da perda de ereções; ocorre dificuldade técnica na utilização e, de uma maneira geral, a terceira idade conhece a camisinha apenas como anticonceptivo e não como proteção contra doenças.
Hoje, do total dos pacientes contaminados pelo vírus da AIDS , 2,4% são idosos. Ou seja, de um total de 600 mil pessoas infectadas pelo HIV, 14 mil tem idade igual ou superior a 60. Doenças como candidíase, gonorréia e herpes também estão aumentando seus números de infectados. Pessoas idosas, que estejam com a saúde em dia, são capazes de aproveitar a sexualidade de maneira plena. Não se perde o interesse sexual com o passar da idade e nem se diminui os riscos de transmissões de doenças. A prevenção com o uso as camisinha e a solidariedade com quem está doente são as melhores armas na luta contra qualquer doença sexualmente transmissível.