A casa número 2.237, na Rua Doutor Barcelos, bairro Camaquã, parece abrigar um portal. Não, nada de Hogwarts ou magia, nada disso. Contudo, quando o visitante passa pela porta principal da casa, a qual, a não ser pela bandeira do Paraguai, em nada se difere das demais da rua, logo é advertido: “Bem-vindo ao Paraguai”. Ou seria bienvenidos? Na verdade, estamos no Paraguai; ao menos, estamos em um território paraguaio. A língua é a espanhola; em vez do chimarrão, a bebida é o tererê; e, na televisão, vemos a repetição da participação paraguaia nas disputas olímpicas.
Somos recebidos por Sandro Salinas, oficial do Consulado do Paraguai. Simpático, ele vai logo brincando: “não temos chimarrão aqui”. Sandro está há muitos anos no Brasil. Hoje, sente-se à vontade com os brasileiros. Do Paraguai, ficou a saudade da família e dos costumes. “Lá não tem isso de misturar doce com salgado. Churrasco não se come com cuca, só com salgado”, lembra entusiasmado.
“Muitos não sabem para que serve um consulado. Um consulado é a representação do poder do pais na cidade. O cônsul do Paraguai em Porto Alegre, por exemplo, é o presidente do Paraguai na cidade”.
Mas a conversa também é séria. Sandro nos conta que as atribuições dos oficiais do consulado não são das mais fáceis. Eles são os responsáveis pelo auxílio aos paraguaios que estão em situação difícil em Porto Alegre e em outros lugares do Estado – estejam eles hospitalizados, presos ou passando por dificuldade. “Nós os visitamos, tentamos dar o melhor auxilio que podemos, mas são sempre situações muito complicadas”, explica.
Além disso, o consulado também é responsável por fornecer informações para os turistas, legalizar documentos que serão utilizados no Paraguai e auxiliar paraguaios que estejam com problemas com a justiça brasileira. Sandro lembra que, nos últimos meses, o número de paraguaios que vem para o Brasil aumentou muito, principalmente por causa da Copa: “eles vêm para trabalhar nas obras, principalmente”, salienta.
Mas há também um grande número de brasileiros que faz o caminho inverso e vai morar no Paraguai, principalmente para trabalhar na agricultura. Recentemente, um número maior de pessoas também tem ido morar no Paraguai para trabalhar no comércio.
“A Polícia Federal do Brasil tem um trabalho muito bom. Sempre tenta ajudar, nunca complica o nosso trabalho e sempre busca o melhor para todos”.
Aos amigos brasileiros que querem conhecer o Paraguai, aos que procuram o Consulado para obter informações sobre turismo, as primeiras cidades que Sandro indica são a capital, Assunção, e uma pequena cidade chamada Encarnacion. Na primeira, os visitantes poderão comprar produtos com preços muito vantajosos e, também, descobrir uma arquitetura diferente da brasileira. Já na segunda, os turistas encontrarão uma cidade tranquila, mas com paisagens belas.